Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas, écomum ouvimos a afirmativa de que a carne é fraca.
A culpa, portanto, é da carne, ou seja do corpo físico.
Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões.
O alemão Hahnemann, criador da medicina homeopática, fez a se-guinte afirmativa: "o corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmomodo que não dá os outros vícios.
Todas as virtudes e todos os vícios são ine-rentes ao espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabili-dade ?"
Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades.
Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a culpar a roupaque estamos usando por um acesso de cólera.
Quando a boca de um guloso enche-se de saliva diante de um prato a-petitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar, pois sequer está emcontato com ele.
É o espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua sobre aqueleórgão através do pensamento.
Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a abundânciadas lágrimas que dá a sensibilidade ao espírito, mas precisamente a sensibili-dade deste que provoca a secreção abundante das lágrimas.
Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja propenso à mu-sicalidade, mas porque seu espírito é musicista.
Como podemos perceber, a ação do espírito sobre o corpo físico é tãoevidente que uma violenta comoção moral pode provocar desordens orgâni-cas.
Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida vem a su-dorese, o tremor, a diarréia, etc.
Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça, taqui-cardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo.
Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade, a violência, acorrupção, igualmente não podem ser lançadas à conta da carne, pois sãotendências radicadas no espírito imortal.
Se assim fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma responsabilida-de pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado o corpo, com ele sumiri-am todas as fragilidades e os equívocos cometidos.
Toda responsabilidade moral dos atos da vida fica sempre por contado espírito imortal, e não poderia ser diferente.
Assim, quanto mais esclarecido for o espírito, menos desculpável setornam as suas faltas, uma vez que com a inteligência e o senso moral nascemas noções do bem o do mal, do justo e do injusto.
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Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina,a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções no-bres que o Criador depositou em nós.
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Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina,a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções no-bres que o Criador depositou em nós.
Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade, asupremacia do espírito sobre o corpo. E só então entenderemos porque Jesusafirmou: "vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço, e muito mais"
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